Após o ano economicamente catastrófico de 2020, o governo húngaro anunciou uma política protecionista para tentar salvar e reviver a indústria alimentar húngara.
Além de apoiar a indústria de manufatura local, segundo o governo, redesenhar a agricultura húngara é algo fundamental para a autoestima nacional.
Em decorrência da pandemia, o mundo todo aprendeu uma lição sobre a importância da independência. Se as fronteiras têm de ser fechadas impedindo a livre-circulação, a importância da autossuficiência aumenta.
Os planos do governo também incluem o deslocamento de empresas multinacionais de varejo para fora do país, o que exige uma política abertamente protecionista e uma abordagem ofensiva, porque o estabelecimento do retalho nacional húngaro é essencial.
Apesar da postura adotada, o governo não defende uma Hungria fora da União Europeia. A agricultura é a área que foi mais desfavorecida durante a adesão à UE, tornando hoje a Hungria um país automotivo, com mais de 50% do PIB vindo da indústria automotiva.
A Hungria tornou-se um país exportador de matérias-primas e importador de produtos acabados, e para melhorar a situação da agricultura, é necessário fortalecer a indústria de processamento húngara para que as matérias-primas sejam processadas por empresas húngaras, embaladas por empresas húngaras e vendidas em lojas húngaras.
Dentro dos próximos dez anos, o governo pretende ver 80% dos alimentos produzidos e processados na Hungria nas prateleiras das lojas. Empresas húngaras apoiam os planos recém-introduzidos porque consideram oportuno fortalecer os produtos nacionais e as indústrias da cadeia de abastecimento contra a vulnerabilidade das importações.
A oposição do governo diz que a Hungria faz parte da União Europeia, e não se pode dar as boas-vindas aos investimentos da indústria automobilística alemã por um lado, e querer expulsar os varejistas alemães pelo outro.